Este espaço, quilombo eletrônico é uma Arma.
Uma berro, aos berros para chamar a atenção de nossa inércia cotidiana.
Aqui , desfilaremos textos, sons e imagens que nos façam remexer o espírito.
Aqui não é palco de luta. Palco de luta são as ruas.
Mas aqui poderemos dar corda às nossas frustrações. Poderemos falar, cortar esse sufoco que nos arrebenta.
Na boa Dom?
Estamos tão controlados e controladas,
Que essa matança em massa ai fora não nos movimenta pra nada.
Abrem-se cadeias na Bahia e todo mundo em silencio fazendo o relatório do financiamento.
Morrem meninos e meninas num padrão vil de genocídio e a gente faz seminário fingindo que não é com a gente.
De boa.
Aqui é pra se falar na lata!
Aos berros!
O que se quer....

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Reaja Continua Lutando Contra o Racismo e Pela Vida

Os Assassinos Seguem Impunes com seus Capachos Amaciando seu Tombo Certo

Nos anos 70, sob o rigor fascista de uma ditadura, instituímos um método de luta contra o racismo no país que demoliu definitivamente um modo de nos olhar em viés. Afirmamos nossa negrura, nossa pretidão, nossas instituições políticas religiosas , erigimos nossos heróis, impomos nossa história e definitivamente chamamos o país a revisar sua noção de identidade. Não pedimos nada, exigimos, com o pescoço em riste o que era nosso por direito histórico. Levantamos!

“Chega de tudo pela Metade basta de tudo pelo meio
Agora ou vai ou racha , queremos tudo e inteiro”(Abdias do Nascimento)

A Democracia Racial como exemplo de convivência pacífica entre os vários povos que construíram o país desabou sob os pés da nação. Nós fomos a dinamite desse evento definitivo para nossa democracia falha, incompleta e moribunda:

“ Somos os Coveiros da Democracia Racial” (Hamilton Borges Walê)

Dissemos que queríamos um novo modelo de nação, um outro país, sem subordinação de um seguimento racial sobre outro, para fora do capitalismo, com respeito as civilizações que aqui chegaram. Apontamos uma nova ética, uma estética política desfilando de cabelo duro, contra as instituições hegemônicas que nos ignoram como sujeitos políticos.Vencemos os anos 70.

“Reaja a Violência Racial” (Palavra de ordem do Movimento Negro Unificado)

A escola em que fui formado acredita que o combate ao racismo e ao neo-colonialismo é a única opção que temos contra o que nos destrói. Fora disso não nos resta nada. O racismo estrutura todas as relações no Estado Brasileiro. Não somos sócios desse pacto branco assinado com nosso sangue nos canaviais e nas lavouras , nas minas de ouro e diamantes , nos pastos de boi , nas grandes roças do latifúndio de café e uva.

Chegamos aqui acorrentados e acorrentadas como prisioneiros de uma guerra que não teve fim e da qual nossas vidas eram o combustível.

O contrato republicano de disputar por dentro das instituições é tão utopia quanto nosso desejo de criar alternativas de poder negro/indígena /feminino. Sonhemos o nosso próprio sonho construído sobre nossos próprios referenciais

A Campanha Reaja ou Será Morta , Reaja ou Será Morto nasceu no dia 12 de Maio de 2005 , ocupando por mais de 08 horas, madrugada a fora, a porta da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia. Rompemos o silêncio sobre as mortes de pretos e pretas na Bahia.Politizamos nossas mortes!Internacionalizamos nosso martírio coletivo.Instituímos um método radical de defender a vida. Desafiamos os poderosos do palácio de Ondina em duas gestões semelhantes de segurança pública baseadas em nossa eliminação. Pautamos o debate por todo o Brasil.

Sem concessão , sem prêmios , sem comendas,sem massagens e sendo criminalizados operamos o regaste de luta contra o racismo em oposição a prática encabulada de promover uma igualdade impossível num regime desigual.

Às mães que perderam seus filhos pela lógica racista de segurança nos últimos cinco anos - afirmamos que continuamos atentos e atentas e que nossa voz não se cala diante do terror - contem conosco.

Aos Prisioneiros e prisioneiros, muitos militantes dessa campanha do contra, nosso compromisso de não permitir que suas vidas sejam estudadas como ratos de laboratórios na manipulação pseudo-científica de sua desgraça e/ou nos projetos inócuos que geram lucro e crédito universitário e nada mais. Afirmamos que continuaremos firmes na luta pela abolição das penas, pela demolição das cadeias, pelo enfrentamento a esse modelo de justiça criminal seletivo que lucra com nossa desgraça

Estamos no século XXI sob o rigor fascista de uma ditadura racista que nos elimina em massa, se dizendo democrática de direito, estamos combatendo o genocídio, o racismo e a traição entre alguns dos nossos

Somos isso!

Campanha Reaja ou será Morta , reaja ou será Morto
Simplesmente uma Campanha
Hamilton Borges Walê

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